terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

irmãos de armas (2012)

na humildade peço licença
para abrir meu coração que pensa
em nome da verdade sem esperar recompensa
traficar informação é um crime que compensa
a luta é minha e sua
nasce no peito e ganha a rua
desvia do asfalto, olha pra lua
petara,jaci
misturo português com tupi
resgato do baú a língua puri
rompendo o silêncio que tentaram me impor
derreto o esquecimento com a lembrança do amor
amar ao próximo, aos que tão do meu lado
defender meu povo é um dever sagrado
santo é o pão, santo é o teto
minha oração é papo reto
minha luz é a paz, aquela que faz
não aquela que só espera
espalho no concreto a semente da nova era
a fera da ganância nós caça, nós tomba
sete flecha pra cada bomba
arromba porta, rebenta tranca
só gente de atitude forma nossa banca
guerreiro humano, avá, cunhã
mulher e homem que não teme o amanhã
adiando o fim que o sistema decreta
renascimento a cada manhã: essa é a nossa meta
a mão calejada segura o arco
e uma legião segue no mesmo barco
no mar da vida, a vela da coragem
o vento da justiça nos faz seguir viagem
de igual pra igual
em busca da terra sem mal
vozes no sarau
alma unida em ritual
correndo pro abraço dos irmãos de fé
fazendo do pé uma caneta
escrevendo nos caminhos desse planeta
a história que a escola ainda não aprendeu
a glória do povo que não se rendeu
e toma como seu o que lhe foi negado
inspirado pelo sangue dos seus heróis
a liberdade venceu o cativeiro
está no gene do brasileiro
os quilombos urbanos levantam sua voz
os guerreiros do povo não estão sós