quarta-feira, 2 de junho de 2010

pólen (2010)

depois de ir às alturas é difícil descer
depois de encontrar é duro entregar-se à perda
a memória é uma caixinha de música
executo hora a hora a mesma canção
e pinto nas paredes as cores daquele dia
como forma de reter na alma o mesmo ânimo
refaço seus passos e imito seus gestos
preencho o ar de lembrança e desejo
caio presa do poder antigo e eterno
da incapacidade de ignorar o belo
todos os sentidos despertam ao mesmo toque
e acordam alguém que não avisa se volta
quando fecho meus olhos, vejo os teus
quando brinco de adivinho
vejo uma gota de mel em minha mão
escorrendo pela linha da vida.

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